segunda-feira, 28 de junho de 2010

Introdução à Meditação

      

     Saudações Fraternas.
     Para conversarmos sobre Meditação é necessário fazer uma introdução; há muitas idéias equivocadas sobre o tema.
     Meditação é uma ferramenta para adquirir conhecimento; e é também um exercício de serenidade.
      O primeiro conhecimento que vou adquirir em práticas de Meditação é sobre meu próprio despreparo: nossa mente desconhece a quietude; ela é hoje uma tela onde infinitos pensamentos são projetados sucessivamente, sem interrupção.
     A maioria dos praticantes desanima quando vê isso; criaram a fantasia de que em poucos minutos atingiriam algum tipo de iluminação. Bom, não é assim, e por uma razão muito simples: são estruturas mentais completamente diferentes, a cultura de pensar o tempo todo e a cultura de manter a mente em silêncio.
      Então o primeiro passo é dar-se conta da estrutura de pensamento que possuimos hoje; isso é simples: basta sentar-se numa posição cômoda, relaxar e fechar os olhos. Permaneça atento e observe os pensamentos que surgem; observe, apenas; não julgue, não se identifique com eles. Surgirão fragmentos de recordações, vários tipos de pensamentos, sensações do corpo, etc. Excelente; bem vindo ao mundo real, este é o estado mental da maioria das pessoas; perceber o quanto somos distraídos e como nossa capacidade de concentração é pequena é um poderoso estimulante para nos esforçarmos corretamente.
     Toda observação precisa ser serena; todo tipo de ansiedade cria uma tensão que nos impede de meditar. Nunca crie expectativas sobre suas práticas, nunca espere nada; simplesmente sente-se, feche os olhos e faça seu exercício. Eckhart Tolle diz, muito bem humorado, que o primeiro problema do praticante é dizer algo do tipo: "Ah, agora vou fazer uma prática de meditação". Não; o exercício precisa ser algo tão natural quanto caminhar ou comer.
     Ver o fluxo de pensamentos é um bom começo; à medida que aprendemos a observar pensamentos sem nos identificarmos com eles podemos dirigir nossa atenção para algo definido; são os exercícios de concentração.
     O bom exercício de concentração é aquele que nos motiva; preciso gostar dele, ver como ele é importante. Não posso me obrigar a fazê-lo, isso produziria tensão. Vou dar alguns exemplos simples das práticas introdutórias mais comuns:
  • Observar a própria respiração; pode apenas sentir as sensações ou imaginar o processo.
  • Observar os batimentos cardíacos.
  • Imaginar e sentir o relaxamento do próprio corpo.
     No início fazemos pequenos exercícios de alguns minutos, não é produtivo querer fazer longas meditações sem ter a mente e o corpo preparados. A importância está na constância: praticar diariamente, ainda que sejam cinco minutos; é a mesma regra dos exercícios físicos: comece devagar e seja constante.



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